Que fique bem claro mais uma vez: time de juniores da Ponte é mal treinado
Que fique claro: time mal treinado é diferente de molecada sem condições técnicas. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa.
por ARIOVALDO IZAC - - - Campinas
Torcedor de futebol é movido a paixão, reflete basicamente sobre resultados, e ignora que nas categorias de base a observação prioritária é sobre rendimento do atleta e equipe.

Que fique claro: time mal treinado é diferente de molecada sem condições técnicas. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa.
Sim, a Ponte venceu o Santos em jogo atípico no sábado. As equipes atuaram num parque aquático durante o primeiro tempo e verificou-se jogo com predominância do Santos após o intervalo, do tipo ataque contra defesa, quando o gramado passou a oferecer mínima condição de jogo.
RETRANCA
Ali já se observou que para compensar o time mal treinado, o técnico Sandro Froner havia feito opção por rigorosa retranca, coisa abominável na categoria de juniores, quando o atleta precisa se acostumar a atacar e projetar que esse é o caminho mais adequado para se chegar à vitória.
E a história só não se repetiu integralmente na noite desta segunda-feira porque o igualmente limitado Londrina tem claros buracos no seu miolo de zaga, e em razão disso a Ponte até teve algumas oportunidades de gols, embora novamente privilegiasse o sistema defensivo na derrota por 1 a 0 para os paranaense.
Perder faz parte do jogo e não se contesta a garotada da Ponte por isso, até porque empenho jamais faltou.
A questão colocada desde a primeira derrota para o Londrina - também por 1 a 0 - foi a montagem de um time sem capacidade de saída de bola, quando defensores são marcados. Logo, a alternativa da Ponte foi o chutão ao ataque.
ERROS DE CONCEITOS
O que se colocou novamente no empate por 2 a 2 com o São José gaúcho foi a má distribuição da equipe em campo. Quando ataca, a defesa não se adianta o suficiente para permitir compactação em campo, de forma que na bola perdida o adversário encontra espaços para trabalhá-la.
Escolha de quem deve ser titular também é questionável, embora na base haja possibilidade de melhora de rendimento.
Não convém citar nominalmente atletas que merecem reparo.
PODE MELHORAR
Dá pra citar que o driblador Marquinhos terá condições de melhorar o rendimento caso tenha liberdade para flutuar por dentro, em vez de apenas se alternar nas beiradas de lado ao longo de partidas.
Se o atacante João Veras usa a compleição física para fazer o pivô, é inconcebível que fique isolado, não contando com a necessária aproximação de outro atacante ou meia para desdobramento das jogadas.
DÁ PRA CRESCER
Enfim, pra quem observa minimamente futebol, claro está que a garotada tende a crescer sob outro comando, que tenha percepção de montagem e distribuição da equipe em campo.
Além disso, se fundamentação tática é importante, melhorar fundamento do atleta é imprescindível.
Assim, será constatada melhoria em passes, finalizações e até cabeceios.

Jornalista esportivo há 35 anos. Trabalhou, como jornalista, nas emissoras de Rádio Brasil, Educadora, Central, Jequitibá e Capital (São Paulo). Nos jornais: Diário do Povo e Jornal de Domingo, ambos de Campinas, e editor de Economia e Opinião do Jornal Todo Dia, de Americana.